Eça é que é essa!

Pintura de Sílvia Patrício
Pintura de Sílvia Patrício
por Sofia Pereira

«O amor eterno é o amor impossível. Os amores possíveis começam a morrer no dia em que se concretizam.»
Eça de Queirós

As paixões proibidas sempre suscitaram o interesse dos leitores. Uma história de amor ardente, de desejo e de sensualidade são os ingredientes destas relações amorosas.

O Crime do Padre Amaro, de Eça de Queirós, é um romance que se destaca pela peculiaridade de provocar a agitação na sociedade intelectual dos finais do século XIX, ao contar a história do amor proibido de Amaro e Amélia.

Amaro, o pároco recém-chegado à cidade de Leiria, começa a frequentar a casa de Amélia. Ambos nutrem uma paixão avassaladora, que jamais pode ser consumada devido à batina. O desejo é maior e acabam por se entregar às escondidas. A jovem engravida e é abandonada por Amaro. Refugia-se numa quinta nos arredores de Leiria e acaba por falecer no parto.

Esta obra queirosiana provocou algum incómodo e controvérsia por assombrar um lado mais obscuro do clero, questionando os valores da Igreja Católica e da Fé. Eça de Queirós conseguiu criar o romance como um instrumento crítico, sem esquecer o sentido estético e artístico.

Uma paixão proibida que inspirou a realização de um filme, por Carlos Coelho da Silva:

Crime não é ler.

Crime é não conhecer uma das obras mais emblemáticas de Eça de Queirós. Na cidade que acolheu o padre Amaro, Leiria, todos os leitores poderão percorrer a zona histórica – a Rota d’O Crime do Padre Amaro – e fazer uma viagem ao passado, conhecendo os locais mencionados no livro. Poderão, ainda, degustar algumas das receitas queirosianas, no emblemático Espaço Eça.

Crime não é ler e deixar-se apaixonar pelo amor de Amaro e Amélia.

Ler é que poderá ser crime.

Título: O Crime do Padre Amaro
Autor: Eça de Queirós
Editora: Porto Editora

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